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Dória diz que manicures e cabeleireiros podem atender em domicílio; especialistas discordam

O governador de São Paulo, João Dória, flexibilizou a quarentena no estado. Segundo o governador, prestadores de serviço como cabeleireiros e manicures podem atender nas casas dos clientes, desde que usem equipamentos de proteção.
“Não há limitação, proibição, para que um barbeiro, uma cabeleireira, uma manicure, possa ir na casa de sua cliente com a devida proteção, com máscaras, luvas, e também com a proteção feita no próprio ambiente onde ela estará atuando, para não comprometer a cliente e nem a própria saúde”.
A orientação foi dada durante coletiva de imprensa nessa terça-feira no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado, e pegou de surpresa Anna Gadelha, sócia de um salão de beleza no centro de São Paulo.
“Os cuidados que tem que ter, da pessoa ir na casa de uma outra pessoa, é desde tirar o sapato. Tem que levar em conta uma série de medidas. Dá para fazer? Dá, mas não é todo profissional que consegue fazer isso. Tem que ser treinado, porque você vai pegar na outra pessoa, você tem contato direto com a outra pessoa”.
Para o médico e professor de epidemiologia da Faculdade de Medicina da USP, Expedito Luna, a orientação atrapalha.
“A intenção da quarentena ampliada é reduzir a mobilidade das pessoas, fazer com que fiquem em casa, para que nem elas se exponham à possibilidade de se infectarem, nem sejam veículos, levando o coronavírus para outras pessoas. Então, nesse sentido, eu diria que tudo o que não é essencial deveria ser adiado, inclusive a manicure, a cabeleireira. Evidente que há situações que não dá para esperar. A casa ficou sem energia, tem que chamar o eletricista. Teve um vazamento importante, tem que chamar o encanador. Mas tudo aquilo que não for emergencial, acho que tem que ser adiado”.
Já o infectologista Hélio Bacha, da Sociedade Brasileira de Infectologia, que testou positivo para a Covid-19 na semana passada, disse que a proposta fere princípios éticos e não deve ser adotada nem com equipamentos de proteção.
“Nós estamos jogando um peso de risco de doença, de morte, em pessoas precárias, em uma desigualdade social imensa”.
“Nem se for com luva, máscara?” – pergunta a repórter.
“Se fosse assim eu não teria pego a doença. Eu colocar isso como saída é uma infringência ética. Eu acho que temos que arranjar formas de manter o trabalho essencial ativo, mas isso não é serviço essencial”.
Para ele, a melhor solução é dar apoio financeiro para que todos os profissionais autônomos possam cumprir as medidas de isolamento social.
No salão de Anna, por enquanto, a saída tem sido vender serviços antecipados, uma espécie de vale salão. Mesmo assim o arrecadado não chega a 10% do faturamento antes do começo da epidemia.
A Secretaria de Saúde do Estado confirmou que a orientação dada pelo governador é válida porque ele é a autoridade máxima do estado e que, desde que os profissionais sigam as orientações, como cuidados com higiene, equipamentos de segurança e não apresentem sintomas, podem, sim, fazer atendimento domiciliar.

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