Manchetes

Bancários começam greve e fecham agências em todo o país

Data-base dos bancários é dia 1º de setembro. Até 1993, a campanha salarial obedecia a uma rotina. O Banco do Brasil fazia sua proposta, que não era aceita, ia-se empurrando com a barriga até chegar no dia 1º setembro, quando as entidades representativas ajuizavam o dissídio. Daí o TST, com sempre atuação decisiva dos ministros Almir Pazzianotto e, principalmente Marcelo Pimentel julgava e mandava pagar a inflação e mais um adicional de produtividade. Era uma rotina.

Em 1994, apenas 60 dias após a implementação do Plano Real, achávamos que tudo continuava como dantes no quartel de abrantes. Ledo e Ivo engano. Ajuizado o dissídio deixou-se o barco correr, enquanto isso os bancários em greve. Dias depois, no julgamento do dissídio, qual não foi a surpresa, o TST acatou a proposta do Banco do Brasil, que era de um abono salarial de 1.000,00 e ZERO DE REPOSIÇÃO salarial, mais nada. E pau nos grevistas, mandou descontar os dias parados. Mudança radical de conduta. Ninguém entendeu nada, o que teria acontecido, afinal o TST estava rompendo uma tradição.

Anos depois, em um dos eventos comemorativos do Plano Real, FHC concede uma entrevista à Folha, e lá perdido no meio, de forma sucinta confessa candidamente que havia sido negociado um acordo com o TST, até então considerado um “detonador de planos econômicos” pelas sucessivas equipes econômicas que tentavam implementar planos de estabilização da economia (inflação). Todos os planos econômicos que visavam combater a hiperinflação eram implementados no primeiro semestre, daí vinha o “setembro negro”, data-base de bancários e petroleiros, e o TST botava tudo a perder com sua vocação de praticar bondades, daí a necessidade de um acordo que ferrasse os trabalhadores, naturalmente. Quando se fala do sucesso do Plano Real, esquece-se de quem pagou a conta. Portanto, o TST foi cooptado na época pela equipe do FHC.

E foi assim que, durante 1994, 95, 96,97 e talvez 98, pagava-se um abono salarial de 1.000,00 (não incorporado, é lógico) e tocava-se o barco. Nada além disso. O resultado foi um monumental arrocho salarial no Banco do Brasil. E o FHC surfando no “sucesso” do Plano Real.

E qual é a proposta que está na mesa de negociações do Banco do Brasil em 2016? Simples, para uma inflação acumulada de 9,5%, uma reposição de singelos 6,5% e um “espetacular” abono de R$ 3.000,00, não incorporáveis, por óbvio.

Regressamos a 1994. Bem-vindos ao passado.

PS.: aposentei-me exatamente em 14.06.2007. Meus ex-coleguinhas da ativa, salvo raras e honrosas exceções, que não chegam a 2%, APOIARAM fervorosamente o Golpe (praticamente 98% do BB). Então virem-se com as consequências…

Via GGN

Concorra a prêmios surpresas ao fazer parte de nossa newsletter GRATUITA!

Quando você se inscreve na nossa newsletter participa de todos os futuros sorteios (dos mais variados parceiros comerciais) do PlanetaOsasco. Seus dados não serão vendidos para terceiros.

PlanetaOsasco.com

planeta

O PlanetaOsasco existe desde 2008 e é o primeiro portal noticioso da história da cidade. É independente e aceita contribuições dos moradores de Osasco.

Artigos relacionados

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Botão Voltar ao topo
0
Queremos saber sua opinião sobre a matériax